Ciro, Doria, Haddad, Huck e Eduardo Leite: presidenciáveis se unem em críticas a Bolsonaro
Foto: Frame/Reprodução
Cinco presidenciáveis de diferentes partidos e ideologias – o apresentador de TV Luciano Huck (sem partido), os governadores João Doria (PSDB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS), o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) – se uniram neste sábado, dia 17, em críticas duras ao presidente Jair Bolsonaro em relação a diferentes áreas de seu governo, como saúde, educação, meio ambiente e economia. Foi a primeira vez que os cinco se reuniram pelo menos virtualmente. O debate do evento Brazil Conference foi promovido por estudantes brasileiros das universidades norte-americanas de Harvard e MIT.
Os ataques mais pesados partiram de Doria, Ciro e Haddad, que chegaram a chamar Bolsonaro de “genocida” pela gestão da pandemia de Covid-19, que já matou mais de 370.000 brasileiros. Doria taxou Bolsonaro de “facínora genocida”; Ciro, de “fascista e genocida boçal”; e Haddad declarou que acusar o presidente de genocídio não era uma ofensa, “mas dados objetivos que mostram que o governo falhou na grave crise”.
O grupo de possíveis candidatos também destacaram o que consideram como ações anti-democráticas do presidente. Leite o acusou de tentar “desestabilizar” a relação dos governadores com as forças de segurança estaduais e citou os “ataques ao STF e ao Parlamento”. Doria reforçou que ele “flerta permanentemente com o autoritarismo”. E Ciro completou, dizendo que “o delírio do Bolsonaro é formar uma milícia para resistir de forma armada à derrota eleitoral que se aproxima”.
Único do grupo que não tem experiência política nem filiação partidária, Huck discurou que “não é bom” fazer política com o olho “no retrovisor”. “Não adianta pensar com a cabeça do século passado e perder as oportunidades que vêm pela frente. Temos que deixar de lado nossas vaidades e entender que, mesmo com o enorme potencial, o Brasil não deu certo”, declarou ele, sendo rebatido por Haddad, Doria e Ciro, segundo os quais é preciso compreender o passado como um aprendizado para não repetir os erros no futuro.
Apesar de reunirem presidenciáveis de partidos e ideologias diferentes, da esquerda à direita, o tom do debate foi de bastante cordialidade e troca de elogios entre eles. Além de concordarem nos ataques ao presidente, eles aproveitaram o espaço para falar sobre os seus feitos e sugerir propostas para solucionar os problema do país em temas como desemprego, desenvolvimento econômico e tecnologia. No mais, assentiram sobre a necessidade de pensar um projeto de país e superar a polarização política.
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