“Governadora e Comando Geral tentam tirar foco dos assassinatos de policiais com criminalização do ‘bico’”, diz associação de subtenentes e sargentos
Foto: Magnus Nascimento
A Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN) se posicionou sobre pronunciamentos recentes do comando geral da PMRN e da governadora sobre as mortes de policiais no Rio Grande do Norte ocorridas nos últimos dias.
Após o assassinato do cabo Gustavo Pinheiro de Andrade na semana passada, a governadora Fátima Bezerra comentou o caso e afirmou nas redes sociais que “o cabo estava em uma atividade extra quando foi atingido”.
Em nota, a ASSPMBMRN afirma que os gestores “tentam criar uma cortina de fumaça para tirar o foco das recentes mortes violentas de policiais militares.”
Leia abaixo a nota na íntegra:
As entidades representativas de praças e oficiais da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Rio Grande do Norte, por meio de suas diretorias, vêm a público externar posicionamento acerca dos pronunciamentos do comandante geral da PMRN e da governadora que tentam criar uma “cortina de fumaça” para tirar o foco das recentes mortes violentas de policiais militares.
Tem repercutido em toda a imprensa em geral, falas das citadas autoridades tentando justificar as mortes violentas dos policiais militares com o fato de que, supostamente, esses policiais estariam desempenhando atividades extras para complementar a renda familiar, os conhecidos “bicos”.
Pertinente destacarmos que na maioria das ocorrências os profissionais foram alvejados em razão da função que ocupam, sendo identificados como policiais e potencialmente capazes de impedir o cometimento de crimes. Tudo isso em decorrência da falta de prioridade e compromisso do governo em verdadeiramente combater a violência em nosso estado.
Nesse sentido, preocupados, repudiamos veementemente a postura dos representantes governamentais que relativizam, encarando com surpreendente naturalidade os atentados contra os policiais que possuem prerrogativas e o dever legal de agir na defesa da sociedade, mesmo em período de folga.
Não obstante a necessidade de uma resposta rigorosa aos crimes, a categoria militar estadual há muito espera da sua comandante-chefe respostas efetivas e urgentes para questões como os salários atrasados, a falta de alimentação, as precárias condições de trabalho e o pior salário da segurança pública estadual.
Enquanto entidades representativas da categoria, continuaremos cobrando e debatendo adoção de medidas na busca de respostas para reversão desse tratamento de omissão e negligência que atinge os policiais militares e bombeiros militares e, por consequência, toda a população do Rio Grande do Norte.