Escassez de alimentos pode ser permanente, alerta diretor de órgão no Reino Unido
Foto: JUSTIN TALLIS/AFP via Getty Images
O Reino Unido está preocupado com uma possível falta de alimentos nas prateleiras do mercado. Em um evento da Federação de Bebidas e Comidas (FDF, em inglês), Ian Wright, diretor da organização, mostrou preocupação com o sistema de entregas de comida. “O sistema de entrega em tempo não está mais funcionando e não acho que funcionará novamente”, afirmou.
Wright advertiu que o Reino Unido enfrentaria uma escassez permanente. No entanto, isso não significa que o país ficará sem alimentos, frisou. Porém, segundo a BBC, um porta-voz do governo disse que não reconhece reclamações de escassez permanente e acredita que os problemas vão diminuir conforme as cadeias voltarem a funcionar de forma integral.
O FDF representa mais de 800 empresas de alimentos e bebidas no Reino Unido. Wright enfatizou que “o comprador e o consumidor do Reino Unido poderiam ter esperado anteriormente praticamente qualquer produto que desejasse estar na prateleira [do supermercado] ou no restaurante o tempo todo. “Isso acabou. E eu não acho que vai voltar”, afirmou.
“Na semana passada, todo o leste da Inglaterra estava basicamente sem abastecimento de água engarrafada porque simplesmente não era possível para as empresas que movem esse material fornecerem isso e tudo mais”, explicou ele. De acordo com a FDF, a indústria de alimentos e bebidas carece de cerca de meio milhão de trabalhadores – ou um em cada oito da força de trabalho total.
Wright disse que a escassez é “impulsionada por uma combinação de vários fatores”. Ele alertou que os problemas resultantes da cadeia de suprimentos “vão piorar”, acrescentando que “não vai melhorar depois de piorar”.
Várias empresas, incluindo supermercados, bares e restaurantes, culpam a falta de veículos pesados e caminhoneiros por causar problemas em suas cadeias de abastecimento, incluindo a escassez de alguns produtos.
A falta de caminhoneiros também foi atribuída aos trabalhadores da UE que deixaram o Reino Unido após o Brexit e durante a pandemia e mudanças fiscais, tornando mais caro para os motoristas de outras partes da Europa trabalhar ou trabalhar no Reino Unido.