CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DE MAURÍLIO PINTO

Desde que começou a carreira na polícia, em 1964, como motorista do pai – coronel PM Bento Manoel de Medeiros -, a trajetória de vida de Maurílio Pinto de Medeiros foi sempre marcada com êxito no seu trabalho de investigar e elucidar crimes diversos, desde assassinatos a sequestros.

Para ele, que dizia não temer a morte, somente a covardia humana, não existia crime sem solução. Era contra a pena de morte, mas defendia leis mais duras contra os bandidos. De voz mansa e olhar penetrante, Maurílio foi um policial nato, onde parecia prevê algo, antes de delegar alguma missão a sua equipe de agentes. Na maioria das ‘botadas’ (investidas) que dava, quadrilhas inteiras eram presas.

Considerado o maior delegado do Rio Grande do Norte, ele dedicou 47 anos ininterruptos à Polícia Civil, onde deixa um legado de competência, talento e honestidade.

Mesmo após ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC), há 17 anos, o “Xerife” – apelido que recebeu dos colegas, após receber o título de xerife e uma insígnia em forma de estrela, durante um curso no Texas (EUA), em 1997 – seguiu no comando da Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (DECAP), levando à prisão, inúmeros criminosos de alta periculosidade. Maurílio também coordenou a Central de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do RN.

“Mão Branca”

Em 2001, o ex-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Rio Grande do Norte, Roberto de Oliveira Monte, acusou Maurílio Pinto, de chefiar um grupo de extermínio responsável por dezenas de mortes, entre as quais a do advogado Gilson Nogueira Carvalho. O advogado foi morto com 17 tiros no dia 20 de outubro de 2001, após denunciar assassinatos e torturas cometidas supostamente por agentes policiais.

A partir daí, o Ministério Público criou uma comissão de investigação independente que, após ouvir mais de 100 testemunhas, teria concluído que “a Polícia Civil e funcionários da Secretaria de Segurança Pública haviam cometido os crimes investigados” e classificou os acusados como integrantes de um grupo de extermínio conhecido como “Meninos de Ouro”, comandado por Maurílio, na época secretário-adjunto de Segurança Pública.

Em 1997, o então ministro da justiça, Nelson Jobim, pediu ao governador Garibaldi Alves Filho, a exoneração de Maurílio da chefia da Polícia Civil. A solicitação foi atendida pelo chefe do Executivo.

O delegado admitiu alguns erros – ‘mesmo sem maldade’ -, fazer escutas telefônicas sem autorização judicial, mas negou veementemente comandar o suposto grupo de extermínio (Mão Branca).

Contudo, em caso de revide, por parte do crime, Maurílio era incisivo ao concordar que ‘bandido bom é bandido morto’.

Em 2014, ele foi inocentado da denúncia de improbidade administrativa em consequência dos grampos telefônicos.

Agora RN/ Parte da Matéria veiculado em 2018 pelo BG

Na foto : Luiz Pedro, Otávio Ernesto (o dono da arma usada na morte de Gilson Nogueira), Maurílio Pinto e coronel Reis. (crédito: reprodução)

Daniel Pereira

Fundador do Blog - Nova Parnamirim Notícias. Desde fevereiro de 2016. Trabalha com comunicação na internet se tornando expert em mídias sociais!